Por Agência Brasil - Brasília

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou hoje (11) pandemia para o Covid-19, infecção causada pelo novo coronavírus.

Segundo a OMS, uma pandemia é a disseminação mundial de uma nova doença. O termo é utilizado quando uma epidemia – grande surto que afeta uma região – se espalha por diferentes continentes com transmissão sustentada de pessoa para pessoa. Atualmente, há mais de 115 países com casos declarados da infecção.

A questão da gravidade da doença não entra na definição da OMS de pandemia que leva em consideração apenas a disseminação geográfica rápida que o vírus tem apresentado.

"A OMS tem tratado da disseminação [do Covid-19] em uma escala de tempo muito curta, e estamos muito preocupados com os níveis alarmantes de contaminação e, também, de falta de ação [dos governos]", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, no painel que trata das atualizações diárias sobre a doença. "Por essa razão, consideramos que o Covid-19 pode ser caracterizado como uma pandemia", explicou durante a conferência de imprensa em Genebra.

Ao caracterizar o Covid-19 como uma pandemia, Tedros Adhanom afirmou que o termo não deve ser usado de forma leviana.

"Pandemia não é uma palavra a ser usada de forma leviana ou descuidada. É uma palavra que, se mal utilizada, pode causar medo irracional ou aceitação injustificada de que a luta acabou, levando a sofrimento e morte desnecessários", declarou. 

Recomendações permanecem

O diretor-geral da OMS ressaltou que a declaração não significa a adoção de novas recomendações no combate ao vírus.

“Descrever a situação como uma pandemia não altera a avaliação da OMS sobre a ameaça representada por esse coronavírus. Não altera o que a OMS está fazendo nem o que os países devem fazer”, disse Adhanon.

Durante a conferência, ele lembrou o que a OMS preconiza a todos países. “Lembro a todos os países que solicitamos: ativar e ampliar seus mecanismos de resposta a emergências, informar profissionais sobre riscos e como podem se proteger; encontrar, isolar, testar e tratar todos os casos de Covid-19, rastreando todos os contatos”.

"Todos os países devem encontrar um bom equilíbrio entre proteger a saúde, minimizar disrupções econômicas e sociais e respeitar os direitos humanos", avaliou o diretor-geral. 

Outras pandemias

A última vez que a OMS declarou uma pandemia foi em 2009, para o H1N1. Estima-se que a doença tenha infectado cerca de 1 bilhão de pessoas e matado milhares no primeiro ano de detecção.

Ainda segundo a OMS, uma pandemia de gripe ocorre quando um novo vírus emerge e se espalha pelo mundo, e a maioria das pessoas não tem imunidade.

Há 100 anos, o mundo enfrentou uma outra pandemia, a de gripe espanhola. Estima-se que entre 50 e 100 milhões de pessoas tenham morrido entre 1918 e 1920. 

Brasil está mais preparado

Na semana passada, em entrevista à Agência Brasil, o médico infectologista Rivaldo Venâncio, coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), afirmou que o Brasil está mais preparado para lidar com o Covid-19 do que estava, em 2009, para enfrentar a pandemia da gripe H1N1. Segundo ele, a população precisa se manter informada, mas não há razão para pânico.