Por Agência Brasil - Rio de Janeiro
Mesmo adiada para o ano que vem, a Olimpíada de Tóquio (Japão) corre o risco de ser cancelada, caso a pandemia do novo coronavírus (covid-19) não seja controlada até a data do evento, cuja abertura está prevista para o dia 23 de julho. A afirmação foi feita por Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), durante entrevista ontem (20) à rede britânica BBC News.
Ao ser questionado sobre a falta de previsibilidade sobre o controle da covid-19 até a data de abertura da Olimpíada, pela primeira vez Bach admitiu o cancelamento definitivo do evento.
"Realizar as Olimpíadas no verão [no Japão] é a última opção. Francamente, entendo isso porque você não pode empregar para sempre 3.000 ou 5.000 pessoas em um comitê organizador. Você não pode mudar todos os anos todo o calendário esportivo mundial de todas as principais federações. Você não pode ter os atletas em incerteza. Você não pode ter tanta sobreposição com os futuros Jogos Olímpicos, por isso entendo essa abordagem de nossos parceiros japoneses”.
Apesar da possibilidade real de cancelamento, o presidente do COI reforçou que está confiante e empenhado na realização dos Jogos, entre 23 de julho e 8 de agosto de 2021. Ele adiantou possíveis medidas de segurança sanitária, em avaliação, como a quarentena de todo o efetivo de profissionais e os cerca de 11 mil atletas.
“Temos de estar preparados (...) Ao mesmo tempo, estamos olhando os cenários que isso [covid-19] pode exigir para a organização, no que diz respeito às medidas de saúde, elas talvez precisem de quarentena para os atletas, para parte dos atletas, para outros participantes. O que isso pode significar para a vida em uma Vila Olímpica e assim por diante? Todos esses cenários diferentes estão sendo considerados, e é por isso que estou dizendo que é uma tarefa gigantesca, porque há tantas opções diferentes que não é fácil resolvê-las agora. Quando tivermos uma visão clara de como será o mundo em 23 de julho de 2021, tomaremos as decisões apropriadas”.
Ainda durante entrevista à BBC News, o dirigente classificou como especulação notícias de que os Jogos de Tóquio ocorrerão sem a presença de torcedores.
“Não é isso que queremos, porque o espírito olímpico é sobre unir fãs. Isso que torna os Jogos únicos. Mas quando chegaríamos a essa decisão... eu pediria que você me desse mais tempo para consultas com os atletas, com a Organização Mundial de Saúde, com os parceiros japoneses”, concluiu.