Equipes da Polícia Civil e do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagraram a Operação Piànjú, na manhã desta terça-feira (15). Elas cumpriram mandados de busca e apreensão em Santos, no litoral de São Paulo. A Operação, que ocorre em quatro estados brasileiros, tem o objetivo de desarticular uma organização criminosa com atuação interestadual e internacional.

 

De acordo com as investigações, o grupo agia como “prestador de serviços” de lavagem de capitais para outras organizações criminosas e movimentou mais de R$ 800 milhões.

 

Além de Santos, São Paulo e Jaguariúna, no interior do estado, a operação é realizada simultaneamente no Espírito Santo (Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica), estado de origem das investigações, Ceará (Fortaleza) e Alagoas (Maceió). Em Santos, foram cumpridos dois mandados de prisão, sendo de um homem, de 40 anos, e um idoso, de 60, e três de busca e apreensão.

 

A primeira parada das equipes foi em uma residência na Avenida Bartolomeu Gusmão, na altura do Embaré. Os policiais seguiram para o local à procura de um suspeito, que não foi localizado. Em seguida, as equipes foram para outro imóvel, na Avenida Marechal Deodoro, no Gonzaga, onde encontraram outro suspeito, que foi conduzido à um comércio localizado na avenida João Pessoa, no Centro de Santos.

 

Nessa empresa de reciclagem ambiental, ainda com o nome não divulgado pela Polícia Civil, as autoridades recolheram diversos malotes de documentos e encaminharam para o Palácio da Polícia de Santos, junto com o suspeito, que será ouvido no local durante esta manhã de terça-feira.

 

Em toda a operação, foram expedidos 120 mandados judiciais, entre prisão preventiva, busca e apreensão, bloqueios de contas bancárias e suspensão de atividades econômicas, que serão cumpridos nos quatro estados.

 

Esquema

De acordo com o Ministério Público Estadual (MPES), que também participa da operação, o grupo criminoso atuava de forma estruturada com a finalidade de praticar diversos crimes, como lavagem de dinheiro, falsificação de documentos públicos e particulares, inserção de dados falsos em sistemas informatizados, falsidade ideológica, estelionato e falsa comunicação de crime.

 

Durante dois anos de investigação, a Divisão Especializada de Furtos e Roubos de Veículos do Espírito Santo (DFRV/DEIC) comprovou que a célula da organização criminosa investigada - que atuava no Estado e era composta por dois grandes empresários capixabas, além de diversos outros membros - agia como “prestadora de serviços” de lavagem de capitais para outras organizações criminosas.

 

Possuía, inclusive, ligação com empresas e pessoas investigadas e denunciadas no âmbito de diversas fases da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, Ministério Público Federal e Justiça Federal.


Foto: Nina Barbosa/G1