Reuters - Seul

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Tanto a Coreia do Norte quanto a Coreia do Sul testaram mísseis balísticos nesta quarta-feira (15), a ação mais recente de uma corrida armamentista que leva os dois países a desenvolverem armas cada vez mais sofisticadas, enquanto os esforços para induzir conversas de distensão se mostram infrutíferas.

A Coreia do Sul testou um míssil balístico lançado de submarino (SLBM), tornando-se o primeiro país sem armas nucleares a desenvolver esse sistema.

O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, estava acompanhando o teste quando se soube dos lançamentos norte-coreanos, seus primeiros testes com mísseis balísticos desde março.

A Coreia do Norte lançou um par de mísseis que caíram no mar, no litoral leste, de acordo com autoridades da Coreia do Sul e do Japão, poucos dias depois de testar um míssil de cruzeiro que se acredita ter capacidade nuclear.

Pyongyang desenvolve seus sistemas de armas continuamente, em meio a um impasse nas negociações que buscam o desmantelamento de seu arsenal nuclear e de mísseis balísticos em troca de um alívio das sanções dos Estados Unidos (EUA). As negociações, iniciadas entre o ex-presidente norte-americano Donald Trump e o líder norte-coreano Kim Jong-un em 2018, estão travadas desde 2019.

"A Coreia do Norte lançou dois mísseis balísticos não identificados da região de sua ilha central rumo ao litoral leste. Autoridades de inteligência da Coreia do Sul e dos EUA estão realizando analises detalhadas para obter maiores informações", disse o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul (JCS) em comunicado.

Os mísseis foram lançados pouco antes da 0h30 (horário local), percorrendo 800 quilômetros (km), a uma altitude máxima de 60 km, relatou o JCS.

O Comando Indo-Pacífico dos militares dos EUA disse que os lançamentos de mísseis da Coreia do Norte não representaram uma ameaça imediata ao seu pessoal, território ou aliados, mas que mostram o impacto desestabilizador do programa de armas.

O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, classificou os lançamentos de "ultrajantes" e os criticou duramente por vê-los como uma ameaça à paz e à segurança da região.

A Coreia do Sul está investindo pesado em uma série de sistemas militares novos, o que inclui mísseis balísticos, submarinos e seu primeiro porta-aviões, mas tem uma política declarada de não proliferação de armas nucleares e defende uma península coreana desnuclearizada.