A saúde pública de Praia Grande está entrando em colapso, com muitos afastamentos de servidores do setor por covid, enquanto a cidade continua em festa com aglomerações em shows ao vivo.

O alerta foi feito pelo presidente do sindicato dos trabalhadores municipais, Adriano Roberto Lopes da Silva ‘Pixoxó’, na rede social da entidade, nesta segunda segunda-feira (17).

Em contundente e emocionado apelo à prefeita Rachel Chini (PSDB), o sindicalista propôs a instalação de tendas específicas para atendimento aos portadores do coronavírus.

 

 

Um

caos

 

Segundo denúncias que chegam ao sindicato, as unidades de saúde da família (usafas) estão sobrecarregadas de pacientes com diferentes problemas e muitos sendo contaminados pela covid.

Também nas unidades de pronto atendimento (upas) e no Ginásio Falcão, onde funciona o hospital de síndromes gripais, ocorre o mesmo problema. “Um caos”, destaca Pixoxó.

Em todos os postos, porém, segundo ele, os mais prejudicados são os servidores, obrigados a jornadas estafantes, com atendimentos sequenciais e de alto risco, em péssimas condições de trabalho.

 

 

Shows e

aglomerações

 

“A categoria não aguenta mais, prefeita”, alertou o sindicalista no comunicado virtual, algumas vezes com a voz embargada. “Estamos entrando em colapso e a senhora tem que tomar providências”.

Entre as medidas que poderiam ser adotadas pelo executivo, conforme o presidente do sindicato, estaria a suspensão dos shows e demais atividades festivas neste estágio de recrudescimento da pandemia.

Nesses eventos, grandes aglomerações de turistas e moradores locais, normalmente sem máscaras nem outras medidas preventivas, têm aumentando a proliferação da doença.

 

 

Situação

insuportável

 

“E quem acaba sofrendo com isso é o profissional de saúde, que não tem mais descanso. Muitos estão sofrendo estafa e até depressão. Há mais de 40 afastados e esse número aumentará”.

Pixoxó recebe mais de 20 denúncias de irregularidades por dia e também está exausto, junto com sua diretoria, de tanto que percorrem os locais de trabalho em busca de solução.

Ele diz que os servidores não são valorizados e ainda sofrem assédio moral de chefias que exigem cada vez mais dos subordinados. “A situação é insuportável”.

 

 

Reunião

com a prefeita

 

O sindicalista denuncia que alguns escalões da secretaria de saúde não se importam com a situação e até colaboram para o agravamento, visando a terceirização dos serviços.

Ele protocolou ofício nesta segunda-feira pedindo reunião de urgência com a prefeita. “Por favor, nos atenda. Ou seremos obrigados a tomar outras medidas”.

Nesta terça-feira (18), a diretoria do sindicato voltará a percorrer os locais de trabalho para organizar e mobilizar a categoria sobre procedimentos de combate à situação.