Em agosto do ano passado, o governo suspendeu a taxa de importação de 20% sobre o etanol dos EUA para volumes maiores que 600 milhões de litros ao ano. A medida contribuiu para o encarecimento do produto no Brasil e mobilizou representantes da cadeia produtiva em todo o país. Na avaliação do setor sucroalcooleiro, o fim da taxação prejudicará a rentabilidade e a produção nacional, que emprega mais de 260 mil trabalhadores só no Nordeste.
“Manter a taxação sobre o etanol dos Estados Unidos significa valorizar o álcool nacional, apoiar os produtores brasileiros e reduzir o preço final pago pelo consumidor”, explicou o senador Fernando Bezerra (MDB-PE), que solicitou a audiência da qual participaram os presidentes do Sindicato de Cultivadores de Cana de Açúcar de Pernambuco, Gerson Carneiro Leão; do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool (Sindaçúcar) de Pernambuco, Renato Cunha; e do Sindaçúcar de Alagoas, Pedro Robério Nogueira.
De acordo com o Sindicato de Cultivadores de Cana de Açúcar de Pernambuco, os efeitos do fim da taxação são tão graves que fizeram o preço do açúcar brasileiro cair 5% no mercado internacional. Além disso, a entidade observa que o país – embora produza 39 milhões de toneladas de açúcar – só pode exportar, por ano, 160 mil toneladas do produto aos Estados Unidos.
O sindicato argumenta ainda que enquanto o Brasil produz etanol limpo, o produto importado é subsidiado e poluente. Blairo Maggi disse que as considerações do setor serão analisadas e sinalizou uma visita dele a áreas produtoras de cana de açúcar e álcool, em Pernambuco.