Categoria fez passeata e assembleia na rua, na segunda-feira, por
reivindicações da campanha salarial

O sindicato dos estivadores de Santos não aceita a decisão do órgão gestor
de mão de obra (ogmo) de implantar unilateralmente o intervalo de 11 horas
de descanso entre as jornadas dos trabalhadores portuários avulsos (tpa’s)
nesta quinta-feira (1º).
O presidente do sindicato, Rodnei Oliveira da Silva ‘Nei’, que está em
Brasília e voltará a Santos nesta quinta-feira (1º), estranha a medida
anunciada nesta quarta (28) pelo sindicato patronal dos operadores
portuários (Sopesp).
“Não aceitamos a imposição, queremos negociá-la”, pondera o sindicalista.
Ele diz que a categoria está em campanha salarial, para a data-base de
março, e que o intervalo de 11 horas está entre as reivindicações que o
Sopesp se recusa a negociar.
A cláusula nona da pauta propõe “garantia salarial diária e mensal, com
intervalo de descanso obrigatório de 11 horas entre duas jornadas de
trabalho, no sistema de rodízio do Ogmo, na falta de engajamento no trabalho
devido à sazonalidade”
Nei reclama que o Sopesp “sequer chamou o sindicato para negociar. Não
bastasse, ainda faz esse anúncio altamente prejudicial aos trabalhadores,
pois não contempla a garantia do trabalho e ganho, prevista em duas
resoluções da Oit (organização internacional do trabalho)”.

Tensão
Os empresários “insistem em radicalizar”, diz o sindicalista. “Dessa forma,
o intervalo obrigatório de 11 horas entre as jornadas traz enormes perdas
nos ganhos dos trabalhadores. A intenção do Sopesp é tornar o ambiente mais
tenso do que já está, não se sabe com qual objetivo”.
Os cerca de 3 mil estivadores de Santos poderão paralisar o porto em março,
conforme decisão de assembleia, na manhã de segunda-feira (26), após
passeata (foto) que saiu da sede do sindicato e foi até o Sopesp, na rua
Amador Bueno, 333.
Em assembleia após o protesto, a categoria aprovou uma greve que será
analisada em assembleia nos próximos dias. Os estivadores reivindicam
basicamente a manutenção do mercado de trabalho, o “não extermínio dos
avulsos nos terminais” e melhores salários. A pauta foi aprovada em 27 de
dezembro.

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