Por RTP* - Kiev

RTP - Rádio e Televisão de Portugal

Um total de 1.665 pessoas foram retiradas, nas últimas horas, da cidade sitiada de Mariupol, no Sul da Ucrânia, e de outras cidades próximas, por meio de corredores humanitários.

A ministra para a Reintegração dos Territórios Temporariamente Ocupados da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, disse que a retirada foi concluída, de acordo com a agência de notícias local Ukrinform.

Ela adiantou que "1.665 pessoas foram retiradas de Mariupol e várias cidades da região de Zaporijia, ao longo dos três corredores humanitários acertados" com os russos.

A saída dos civis foi feita em veículos particulares, no mesmo dia em que a Rússia e a Ucrânia retomaram as conversações em Istambul, na Turquia, em busca de solução para o conflito.

Iryna informou que 936 pessoas conseguiram deixar Mariupol e 729 a região de Zaporijia, que inclui as cidades de Berdiansk, Melitopol, Enerhodar, Polohy, Orykhiv, Huliaypole e Vasylivka.

Ela disse que, em Vasylivka, as tropas russas conseguiram bloquear várias colunas de ônibus e caminhões que transportavam ajuda humanitária e que acabaram sendo enviados a outras cidades.

Iryna lembrou que, de acordo com a autarquia de Mariupol, cerca de 75 mil moradores foram retirados de Zaporijia até agora.

A cidade portuária de Mariupol, que tinha população de meio milhão de habitantes antes da guerra, tem sido uma das mais duramente atingidas desde a invasão russa.

Na cidade industrial, localizada às margens do mar de Azov, encontram-se ainda cerca de 160 mil moradores, segundo as autoridades, sem acesso a bens básicos, como água potável, e serviços, como gás e aquecimento.

A Rússia lançou, em 24 de fevereiro, ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.179 civis, incluindo 104 crianças, e feriu 1.860, entre os quais 134 crianças, segundo os mais recentes dados da Organização das Nações Unidas (ONU). No entanto, há probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra provocou a fuga de cerca de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 3,9 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos.

A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento à Ucrânia e o reforço de sanções econômicas e políticas a Moscou.