A companhia telefônica Oi apresenta seus resultados do quarto trimestre nesta quinta-feira enquanto seus sócios ainda tentam se entender. A publicação dos números, prevista inicialmente para o dia 28 de março, foi adiada por indefinições relacionadas ao seu processo de recuperação judicial.
Segundo a empresa, o balanço do quarto trimestre de 2017 terá um impacto contábil de 21 bilhões de reais. Nos dados preliminares já divulgados, a Oi informou que teve uma geração de caixa de 6,2 bilhões de reais em 2017, pouco abaixo dos 6,34 bilhões de 2016. Fora do balanço, seus sócios ainda brigam por conta do plano de recuperação judicial aprovado no que virou uma série de batalhas judiciais.
Na última delas, o juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, determinou a instauração de um processo de mediação para tentar fazer com que a Oi e dois de seus acionistas — a Bratel (empresa da portuguesa Pharol) e o fundo Société Mondiale se entendam.
No início de março, a Pharol obteve uma decisão arbitral que proibia que os conselheiros da Oi deliberassem sobre o aumento de capital prometido em seu processo de recuperação. Poucos dias depois, o Superior Tribunal de Justiça concedeu liminar à Oi suspendendo a decisão que a Pharol havia obtido.
Em fevereiro, a Pharol chegou a realizar uma assembleia de acionistas contra a vontade da Oi para trocar a diretoria da empresa. As decisões da reunião foram posteriormente suspensas por Viana, o juiz responsável pela recuperação.
A recuperação judicial da Oi, que acumula dívidas de 65 bilhões de reais, é a maior da história do país. Entre as várias perguntas não respondidas sobre o futuro da empresa está o que acontecerá com uma dívida de 11 bilhões de reais com a Anatel, a agência que regula o setor de telecomunicações. A cobrança está na Justiça.
Com seus negócios disputados entre os sócios e tantas incertezas judiciais no caminho, fica difícil se concentrar no balanço financeiro do quarto trimestre.