A alta-comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Michelle Bachelet, anunciou hoje (13) que não vai se candidatar a um segundo mandato após 31 de agosto.
"No momento em que o meu mandato chega ao fim, esta 50ª sessão do Conselho será a última em que falarei", disse a ex-presidente chilena, de 70 anos, na sessão de abertura do Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas, nesta segunda-feira em Genebra, na Suíça.
A porta-voz do ACNUDH, Ravina Shamdasani, citada pela agência Associated Press, confirmou que Bachelet não irá buscar um segundo mandato de quatro anos quando o atual terminar em 31 de agosto.
O atual mandato de Bachelet foi recentemente ofuscado por críticas à sua resposta ao tratamento dado pela China aos uigures e outras minorias muçulmanas.
No início de junho, mais de 230 organizações de direitos humanos exigiram a demissão de Bachelet, acusando-a de "branqueamento de atrocidades" - prisões em massa e abusos em Xinjiang", território autônomo habitado por várias minorias étnicas, principalmente os uigures - durante sua recente visita à China.
Para os ativistas, durante a viagem, Michelle Bachelet legitimou "a tentativa de Pequim de encobrir os crimes, usando o falso enquadramento de `contraterrorismo` do governo chinês e referindo-se repetidamente aos campos de internação pela designação do governo chinês: centros de Educação e Treino Profissional".
Os governos ocidentais e as organizações não governamentais (ONG) dos direitos humanos acusam a China de deter mais de 1 milhão de uigures e membros de outras minorias muçulmanas em campos de reeducação.
Os ativistas pediram ainda ao secretário-geral da ONU, António Guterres, para que não propusesse a renovação do mandato de Bachellet.