gência Brasil Rio de Janeiro
O vereador Marcello Siciliano (PHS) negou, por meio de nota, que tenha qualquer tipo de ligação com um grupo de milicianos que age na zona oeste do Rio, como mostrou ontem (13) uma reportagem do programa Fantástico, da TV Globo. Uma ligação interceptada pela Polícia Civil mostra o parlamentar pedindo a ajuda de um miliciano para inaugurar um projeto social numa região controlada pela milícia.
Em outra conversa gravada, um miliciano pede ajuda de Siciliano para intervir junto ao 31º Batalhão da Polícia Militar, no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste, para prender bandidos que mataram um amigo deles e pede ajuda para encontrar os responsáveis pelo crime. Siciliano promete atender o pedido e se despede com um “te amo, irmão”.
Em nota, o vereador Marcello Siciliano “reafirma que não tem e nunca teve envolvimento com milícia. Conforme noticiado pela própria imprensa, ele já foi investigado em inquérito realizado pela Delegacia de Repressão as Ações Criminosas Organizadas (Draco) e não foi indiciado, nem denunciado pelo Ministério Público [estadual].”
Em outro trecho da nota, o parlamentar diz que enviou uma petição à Delegacia de Homicídios se colocando à disposição para quaisquer esclarecimentos. "Ele [Siciliano] confia no trabalho de todos os envolvidos para desvendar esse crime bárbaro, no qual, de forma covarde e absurda, um criminoso tenta envolver o seu nome”, diz a nota.
A assessoria do vereador disse ainda que até o momento ele não foi convocado para prestar novo depoimento à Delegacia de Homicídios sobre a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Hoje (14) o crime completa dois meses.
Testemunha
Em depoimento à Delegacia de Homicídios, uma testemunha acusou o vereador Marcello Siciliano e o ex-policial militar Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, de terem interesse na morte de Marielle. O ex-PM está preso em Bangu acusado da morte do ex-presidente da escola de samba Parque Curicica, Wagner Raphael de Souza, em 2015. O carro da vítima foi atingido por 12 tiros. Orlando Curicica também é acusado de comandar a milícia na Curicica e no Camorim, na zona oeste.
Em carta divulgada na última quinta-feira (10) escrita de dentro da cadeia e entregue por seus advogados, ele nega qualquer participação na morte de Marielle e do motorista Anderson Gomes. Na carta, ele garante que sequer conhecia Marielle e que nunca esteve com o vereador Marcello Siciliano, conforme um delator afirmou em depoimento à polícia.