Os estivadores de Santos paralisarão as atividades, na segunda-feira (28),
das 13 às 19 horas, por não terem fechado ainda os acordos e a convenção
coletiva de trabalho da data-base de março.
A decisão foi aprovada em assembleia na manhã deste sábado (26), por
unanimidade. O presidente do sindicato, Rodnei Oliveira da Silva ‘Nei’,
reclama da morosidade nas negociações.
“Já se passaram praticamente três meses da data-base e ainda não conseguimos
uma proposta séria do Sopesp” (sindicato patronal dos operadores portuários
do estado de São Paulo), diz o sindicalista.
Os estivadores aproveitarão a interrupção do trabalho para se solidarizar
aos caminhoneiros em greve e a “todo o povo brasileiro, que vem sofrendo com
os desmandos do governo”, diz Nei.

Caminhoneiros
“Não se trata mais de um movimento pela simples redução do preço dos
combustíveis, mas pela revogação de todas as barbaridades praticadas por um
governo contrário aos interesses nacionais”, diz o sindicalista.
Presidente da federação dos estivadores, capatazia e portuários do Brasil
(Fecpb), além de dirigente da central Força Sindical, Nei defende a
ampliação da luta para todas as categorias.
Ele diz que levará a proposta de solidariedade aos caminhoneiros aos
sindicatos de estivadores e portuários de todo o Brasil, e também à central,
“pois todos sofrem com as medidas impopulares do governo”.
“O que não faltam são motivos para paralisarmos o país”, pondera o
dirigente. Ele defende um “referendo revogatório de todas as decisões
governamentais contrárias aos interesses da nação”.
“Desde a reforma trabalhista até a possível reforma previdenciária, que pode
ser pautada após as eleições de outubro, passando pela desnacionalização de
nosso patrimônio, tudo tem que ser revisto”, diz.
Nei elogia os caminhoneiros por “terem acendido o estopim de uma bomba que
estava prestes a explodir há muito tempo. O que estamos vendo ainda não é a
explosão. Esperamos que o governo evite o pior”.
O líder estivador defende que o presidente Michel Temer convoque toda a
sociedade brasileira, “inclusive e principalmente os movimentos sindicais e
sociais, para uma conversa sincera”.
“O Brasil é um país rico e tem solução para todos os problemas. Basta que o
governo deixe de seguir as imposições do capital financeiro internacional e
atenda as necessidades do nosso povo”, avalia Nei.

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