Professores de Arte orientaram estudantes na confecção de brinquedos tradicionais, cartazes e maquetes
Diversas escolas municipais de São Vicente estão mobilizadas desde a semana passada para festejar o Dia do Folclore. A data é comemorada nesta segunda-feira (22), mas as atividades se estendem nos próximos dias.
Na EMEIEF Regina Célia (Centro), alunos da professora de Arte, Cristina Baptista, deram asas à imaginação e desenvolveram uma série de ações voltadas ao tema. Entre os desafios, a criançada confeccionou (e utilizou) máscaras do saci, figura tão conhecida e perpetuada nas obras de Monteiro Lobato. O “traquina da carapuça vermelha” ainda foi lembrado na EMEF Renan Alves Leite, onde a criançada pôde tirar fotos no totem temático.
A professora Cristina Cirino, da EMEF União Cívica (Parque São Vicente), propôs a confecção de maquetes relacionadas a assuntos folclóricos, com uma bela exposição do material produzido. Na turma do 1º ano, a professora de Arte, Zenilda Cruz dos Santos, apresentou a figura do ‘Bumba meu boi’, que foi festejada com vestimentas e adornos feitos pelos próprios alunos.
Na EMEF Matteo Bei (Parque São Vicente), a criançada dos anos finais realizou uma pesquisa sobre lendas do Luison, da Pisadeira e do Boto, com informações detalhadas e desenhos criativos
Já a EMEF Carolina Dantas (Catiapoã) foi tomada por cartazes com lobisomens, sereias, mula-sem-cabeça, curupira, entre tantas outras personagens que se estendem por gerações no imaginário popular. A orientação ficou por conta da professora Renata Verçosa, que na semana anterior forneceu todo o embasamento aos estudantes, preparando uma aula em powerpoint com textos, fotos e figuras sobre a importância do folclore.
Além de contar histórias tradicionais que culminaram em ilustrações, Renata instruiu os alunos na construção de brinquedos tradicionais com materiais recicláveis, como carrinhos, bilboquês e telefones de barbante. "Os brinquedos folclóricos nasceram da cultura popular que atravessa o tempo até os dias atuais. Com a chegada da era digital, muitos alunos dessa geração não conhecem os brinquedos físicos”, comparou, revelando que o momento da produção foi superdivertido. “Valeu ver o sorriso no rosto das crianças em saber fazer e brincar com sua própria produção folclórica. Isso me deixa com a sensação de dever cumprido como professora de Arte", completou Renata, que esta semana trabalhará com parlendas (versos infantis repetitivos, normalmente breves e com rimas) e cantigas de roda.
Diretora da EMEF Carolina Dantas, Eliana Veríssimo ressaltou a importância de preservar os valores folclóricos. “É um momento que precisa ser divulgado e incentivado. Mostramos brincadeiras que fazem parte das gerações antes de existir o celular, e nossas crianças viram que vale a pena sair do mundo virtual e individualista, deixando um pouco de lado a cultura estrangeira e valorizando o que é nosso”.
Nas unidades de educação infantil (EMEIs e creches), também sobrou disposição, com corrida do Saci Pererê, em que as crianças seguiram as pegadas do saci pulando num pé só; confecção do cartaz coletivo de cada sala; caixa musical folclórica, com figuras para realizarem as cantigas de roda; corrida do curupira, onde as crianças caminharam de costas até chegar na imagem na parede seguindo as pegadas do “guardião da floresta”; roda de conversa sobre o folclore; contação de histórias das lendas dos personagens do folclore; confecção de bracelete do boitatá com material reciclável; teatro do Chico Bento contando as história das lendas do folclore. “Desde pequenos já vão vivenciando propostas com os personagens do nosso folclore, assim como pesquisando e valorizando a cultura popular da região”, apontou a responsável pelo Núcleo da Primeira Infância da Seduc, Elaine Dellamonica.
DIA DO FOLCLORE - Festejado desde 1965, o Dia do Folclore foi criado com o intuito de alertar para a importância e valorização das manifestações culturais populares no País. A data (22 de agosto) é uma referência à primeira vez em que a palavra folclore foi utilizada, em 1846, quando o britânico William John Thoms (1803-1885) uniu as palavras folk (que significa "povo"), e lore (que significa "conhecimento"). A comemoração foi instituída no Brasil por meio do Decreto nº 56.747, de 17 de agosto de 1965.
“O folclore é o resultado dos costumes, lendas, festas e crendices que constituem a cultura de um povo. Estudar o folclore é estudar a nós mesmos, àquilo que faz parte das raízes culturais às quais estamos inseridos socialmente. A Arte nos possibilita, em suas diversas linguagens, explorar e manter viva a memória cultural, a partir da valorização do imaginário popular”, destacou a assessora pedagógica de Arte da Seduc, Andrea Gameiro, completando que ações como esta desenvolvidas na escola mantêm viva a tradição e trazem à tona o sentimento de pertencimento pelas culturas regionais.