SANTOS
02/09/2022 09H19
As botoeiras sonoras que acionam semáforos de pedestres por pessoas com deficiência começaram a ser substituídas pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Santos). O primeiro local a contar com o novo modelo é o cruzamento da Avenida Ana Costa com a Rua Carvalho de Mendonça, em frente ao Lar das Moças Cegas.
Nesta semana, profissionais da empresa de trânsito aplicaram treinamento aos cerca de 230 alunos sobre o funcionamento e uso do equipamento.
As novas botoeiras seguem normas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e emitem três tipos de sinais: de localização, de mensagem de voz e sonoro, explica a gerente de Suporte Tecnológico da CET, Lígia Tokarewicz.
O de localização é emitido de forma espaçada, mas permanente, para que a pessoa com deficiência possa, pelo som, encontrar o local de travessia.
O segundo sinal é de mensagem de voz, que pode dar duas informações. Quando o botão for acionado por menos de três segundos, o equipamento informa “pressione por três segundos para modo sonoro”. Já se apertado por três ou mais segundos, entra a fala “travessia solicitada, aguarde”.
O terceiro sinal, também sonoro, é o bip com ritmo mais contínuo, que indica que o deficiente visual pode atravessar com segurança. Na parte superior da botoeira, há, ainda, uma placa com o seguinte texto em Braille: aperte por três segundos para o modo sonoro.
FUNCIONAMENTO
“É um equipamento que interage com a pessoa e proporciona melhores condições de segurança para a travessia”, diz a gerente da CET, observando, ainda, que o nível dos sons emitidos varia de acordo com a frequência do ruído na via.
“Ou seja, num período de maior volume de tráfego, quando há mais barulho, o som da botoeira estará mais alto. Já à noite, por exemplo, quando o movimento é bem menor, o som emitido torna-se mais baixo”.
Em Santos, há 34 pontos sinalizados com semáforos com botoeira. A troca dos aparelhos será feita de forma gradativa, em até três locais diferentes a cada mês.
A quantidade de semáforos de pedestres varia conforme as características do local. No caso do conjunto semafórico da Av. Ana Costa com a Rua Carvalho de Mendonça, são 12 equipamentos destinados à sinalização para travessia de caminhantes.
Ali, o sinal sonoro de localização, conforme definido em conjunto com o Lar das Moças Cegas, ficará desativado entre 19h e 7h. Os demais sinais não serão alterados.
DEMONSTRAÇÃO
Durante o treinamento aos alunos da instituição, profissionais da companhia expuseram um semáforo com a nova botoeira em sala para demonstração prática. Na oportunidade, também lembraram os cuidados para fazer a travessia com segurança e destacaram que os sinais sonoros não podem ser ignorados. "Já esperávamos por essas novas botoeiras e essas orientações sobre o equipamento tornam-se muito necessárias para os nossos alunos, para que não tenham problemas ao utilizar", disse Marta Valdívia, diretora do Lar.
Para Valéria Cristina da Silva, professora da entidade, o equipamento oferece uma condição muito melhor para aqueles que precisam. “Somos treinados para nos guiarmos por referências, tais como meio-fio, calçadas e guias rebaixadas. A botoeira com sonorização leva direto ao local de travessia”, comentou ela, que tem baixa visão.
O padre Cristovão José de Castro Carvalho, do Santuário do Valongo, também tem baixa visão e é aluno da instituição, onde participa de várias atividades. Ele acompanhou o treinamento, já utilizou os dispositivos instalados em frente à sede e resumiu sua avaliação. “Muito melhor”.