Após a visita de dois dias do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, o governo da Coreia do Norte disse neste sábado (6), por meio de um comunicado, que a decisão de abandonar seus programas nucleares pode fracassar. As declarações do governo norte-coreano contrapõem-se às informações repassadas por Pompeo. Após visitar o país, ele disse que as negociações pela “desnuclearização estão em progresso” em quase todas as questões-chave.
O comunicado norte-coreano, divulgado pela agência oficial de notícias KCNA, informa que os Estados Unidos se opuseram ao espírito da cúpula ao pressionar unilateralmente o país a abandonar suas armas nucleares. As diferentes reações após a visita de Pompeo à Pyongyang colocam mais uma vez em dúvida o sucesso das negociações pela desnuclearização da península coreana.
A visita foi a primeira de Pompeo à Coréia do Norte, após a cúpula de Donald Trump e Kim Jong-un em Cingapura, no mês de junho. O objetivo da viagem de Pompeo a Pyongyang era definir detalhes para pôr em prática o compromisso firmado pela Coreia do Norte, em prol de sua desnuclearização. “Antecipamos que o lado norte-americano viria com uma ideia construtiva, pensando que receberíamos algo em troca”, disse o comunicado norte-coreano.
O texto diz que a “confiança” entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos enfrentam uma “situação perigosa”. “Nossa determinação para a desnuclearização, que tem sido firme e firme, pode falhar”, destaca o comunicado.
Na Coreia do Norte, o secretário de estado reuniu-se com Kim Yong-chol, o braço direito do líder norte-coreano, Kim Jong-un. Após o primeiro dia de encontros ontem (6), Pompeo deu algumas declarações, ao afirmar que um extenso cronograma pelo desarmamento foi debatido entre as partes.
“Essas são questões complicadas, mas fizemos progressos em quase todas as questões centrais, em alguns lugares um grande progresso, em outros lugares ainda há mais trabalho a ser feito”, afirmou Pompeo, antes de a Coreia do Norte ter feito o comunicado.
O Departamento de Estado, a Casa Branca e o presidente Donald Trump ainda não comentaram as declarações de Pyongyang.