Por Zoel Garcia Siqueira
Os comentaristas esportivos de todos os canais de televisão abertos e
fechados, os cronistas setoriais da imprensa escrita, os conhecedores das
táticas futebolistas, ou seja, todos os profissionais que cobrem a copa do
mundo da Rússia buscam explicações para a ridícula participação da poderosa
seleção alemã, que ficou em último lugar em sua chave e foi eliminada
precocemente.
Eliminação na primeira fase só tinha ocorrido com a Alemanha na copa de
1954. A mesma poderosa Alemanha que venceu o Brasil por 7 x 1 em 2014 e
tornou-se campeã ao derrotar, na final, a Argentina.
A potente Alemanha de quatro títulos mundiais não passou para a segunda fase
em uma chave que tinha México, Coréia do Sul e Suécia. Os especialistas
questionam o esquema tático adotado, o 4 por 4 por 2 ou o 5 por 3 por 2.
Aventam inclusive se o time não tinha nenhum esquema tático e daí sua
eliminação prematura.
Vou tentar explicar a tremedeira ocorrida com os jogadores da poderosa
seleção da Alemanha com base na História, método pouco usado pelos cronistas
esportivos para analisar a eliminação de uma seleção em copa do mundo.
Para isso, lembro o conflito ideológico conhecido como ‘guerra fria’, que
até hoje leva os brasileiros a acreditarem, erradamente, que o grande
vencedor da segunda guerra foram os Estados Unidos.
Pensam assim pelo fato dos norte-americanos terem organizado o desembarque
dos aliados no norte da França, em 1944, no episódio conhecido como o ‘dia
d’. Essa versão praticamente excluiu de nossos livros escolares o histórico
embate gerador da primeira derrota do exército nazista, que foi a ‘batalha
de Stalingrado’.
Após esse conflito, o exército nazista nunca mais foi o mesmo, até sua
rendição total, sob pressão do ‘exército vermelho’, em 1945.
Hoje, a cidade de Stalingrado mudou de nome para Volgogrado e é uma das
sedes da copa do mundo. Provavelmente com base no passado, os jogadores da
poderosa seleção alemã, receosos de uma nova derrota, tenham sentido a
tremedeira que gerou sua eliminação precoce do mundial da Rússia.
Fiz essa analogia histórica para cumprir um dos objetivos do estudo dessa
ciência, que é o de conhecer verdadeiramente os erros do passado, para não
mais cometer os mesmos erros no presente.
Zoel é professor, formado em sociologia e diretor financeiro do Sindserv
(sindicato dos servidores municipais) Guarujá
GERAL
08/07/2018 12H49