Agência Brasil  Brasília

O ministro dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha, disse hoje (19) que o menino brasileiro, de 7 anos, que está sozinho em um abrigo em Nova York (Estados Unidos) quer voltar para o Brasil. A situação desta família brasileira é dramática, pois encontra-se completamente desunida: o pai está preso no Texas, enquanto a mãe da criança, que está no Brasil, aguarda o retorno do filho. O pai também quer deixar os Estados Unidos.

Pai e filho foram separados há cerca de um mês com base na política migratória do governo do presidente norte-americano, Donald Trump, de tolerância zero. Crianças e adolescentes foram isolados dos pais, considerados imigrantes ilegais, que acabaram presos.

“Para a criança, o melhor é a saída voluntária porque isso não impede que ela volte ao país”, disse o ministro. “[O caso de haver uma criança sozinha] traz uma vulnerabilidade maior.” A logística para volta do menino ainda está sendo planejada e não se sabe se voltará antes ou junto com o pai.  

Gustavo Rocha reiterou que os consulados e as organizações não governamentais estão prestando auxílio às famílias dos brasileiros. Ao retornar ao Brasil, o ministro disse que pretende esclarecer ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, como está sendo dado suporte aos pais e filhos.

Deportação

Após passar os últimos dias nos Estados Unidos, Gustavo Rocha disse que a expectativa é que as crianças e os adolescentes separados dos pais, apontados como imigrantes ilegais, sejam reunidos às famílias até o dia 26. A data foi fixada pela Justiça norte-americana. Segundo o ministro, a maioria das crianças com as quais ele conversou não quer retornar ao Brasil. 

“É importante que haja uma reunião mais rápido o possível das famílias”, disse o ministro.

Paralelamente ao esforço de reunir as famílias, o Ministério dos Direitos Humanos vai orientar os imigrantes brasileiros que queiram deixar os Estados Unidos e retornar de forma voluntária para o Brasil. O empenho do governo brasileiro, segundo o ministro, é para evitar deportações. O processo de deportação inviabiliza o retorno de estrangeiros aos Estados Unidos - o que constituiria uma punição a mais às crianças e adolescentes.   

“A informação mais recente é que ainda esta semana haverá reunião sobre a volta das crianças ao Brasil. Estou retornando ao Brasil para ver essa logística”, disse o ministro, informando que a lei norte-americana não trata de forma distinta a situação das crianças e adolescentes e dos pais adultos no que se refere ao processo de deportação.

Conscientização

O ministro encerrou hoje (19) a viagem aos Estados Unidos, mas a equipe dele permanecerá. Para Gustavo Rocha, é fundamental, no seu retorno, fazer uma campanha de conscientização em torno do tema imigração.

“É importante que a gente faça essa sensibilização. Numa situação dessas, de mudança de país, por exemplo, o interesse que tem que ser protegido é o da criança. A vinda ao país nestas condições irregulares não cumpre este melhor interesse. Voltando ao Brasil vamos avaliar como é a melhor forma de fazer esse esclarecimento”, disse o ministro.

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