Investigação monitorou reuniões de servidores e empresários
Redação
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O grupo investigado foi monitorado dentro e na saída do restaurante Gero, do Shopping Iguatemi.

Operação da Polícia Civil do Distrito Federal, deflagrada nesta terça-feira (7), investiga crimes de tráfico de influência e advocacia administrativa no governo do DF envolvendo pagamentos ao hospital Home e a mudança de destinação de uma área do Lago Norte para a construção do shopping Iguatemi. São cumpridos 15 mandados de busca e apreensão na operação “12:26” ordenados pela 4ª Vara Criminal de Brasília.

Um dos principais alvos é o assessor especial da Casa Civil Marcello Nóbrega, que era subsecretário de Administração Geral da Secretaria de Saúde quando fora iniciadas as investigações, há três anos, responsável pelos pagamentos da pasta. Marcello foi citado na CPI da Saúde da Câmara Legislativa.

Também são investigados Leonardo Rocha de Almeida Abreu (irmão do chefe de Gabinete da Casa Civil, Guilherme Rocha de Almeida Abreu) e o administrador do Lago Norte, Marcos Woortmann.

Também é alvo da policia Marcelo Carvalho de Oliveira, acusado de participar de reuniões com integrantes do GDF para tratar de interesses do Iguatemi. Marcelo foi o principal executivo do grupo Paulo Octávio, um dos donos do Shopping Iguatemi, e denunciado na Operação Caixa de Pandora.

O nome da Operação 12:26 é uma referência a um trecho do Antigo Testamento. “O homem honesto é cauteloso em suas amizades, mas o caminho dos ímpios os leva a perder-se”, diz.

Também são cumpridos mandados de busca e apreensão na casa de duas pessoas ligadas ao líder do governo na Câmara Legislativa, deputado Rodrigo Delmasso (PRB): seu ex-assessor do distrital Luiz Fernando Messina e o funcionário do gabinete Hermano Gonçalves de Souza Carvalho, que foi secretário.

As buscas ocorrem na casa e no local de trabalho dos suspeitos, na Casa Civil do governo do DF, na administração regional do Lago Norte e no escritório do Iguatemi, em São Paulo.

Tráfico de influência no Shopping
Representantes do Iguatemi estiveram no Palácio do Buriti em 2016, para ampliar a área de ocupação no Lago Norte. O pedido foi negado em 2017 pela Secretaria de Habitação, com base na Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos), mas o grupo pediu reconsideração e o pedido foi aprovado.

No dia seguinte, a polícia monitorou que os empresários acabaram almoçando com o administrador do Lago Norte, Marcos Woortmann.

Pagamentos a hospital privado
Sobre o hospital, as investigações apontam que foi pago em setembro de 2015 o valor de R$ 1 milhão “a título indenizatório e sem cobertura contratual” ao Home.

De acordo com a polícia, a data demonstra a influência da ação dos servidores, com base em interceptações telefônicas que revelam a “intermediação para que o pagamento fosse efetivado”.

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