Pós-graduação oferecida em Guarujá tem bolsa de até R$ 9,7 mil e é estruturada para fazer a diferença no desempenho profissional do médico residente
Os residentes da primeira e da segunda turma do programa, mais os preceptores e colaboradores da Unoeste e da Prefeitura de Guarujá (Foto: Arquivo/Marketing Unoeste)
Profissionais médicos formados, interessados em trabalhar na rede municipal de saúde de Guarujá e melhorar o desempenho profissional enquanto residentes, podem participar do processo seletivo do Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade (PRFMC) que já está com inscrições abertas desde segunda-feira (6). O prazo segue até 31 de janeiro de 2023; São dez vagas oferecidas, cada uma com bolsa de R$ 9,7 mil, parte concedida pelo Programa Nacional de Apoio à Formação de Médicos Especialistas em Áreas Estratégicas (Pró-residência), dos ministérios da Educação e Saúde.
O programa, que já está indo para sua terceira edição, consiste numa pós-graduação em forma de especialização que envolve a Prefeitura de Guarujá, Sistema Único de Saúde (SUS) e Unoeste. Permite ao médico residente melhorar seu desempenho profissional por meio dos estudos e da prática do dia a dia, uma vez que o programa tem à frente profissionais experts para atuarem em formação continuada, como é o caso da médica especialista em medicina da família e comunidade, Dra. Priscila de Alvarenga Beleigoli. Ela explica quem pode pleitear as vagas.
“Todos os médicos formados podem fazer a residência em medicina de família e comunidade. O pré-requisito principal é que tenha CRM. O aluno terminou o sexto ano de medicina, recebeu diploma, pode se inscrever no processo seletivo. Além da bolsa bem atrativa, o maior benefício é que ele vai se tornar especialista em Atenção Primária à Saúde. O que é isso? Ele se torna especialista em resolver os maiores problemas e as queixas mais comuns da população, tendo um amplo campo de atuação. Desde o SUS [Sistema Único de Saúde] na Atenção Primária, como compondo outras equipes, seja por convênios ou abrindo consultório particular”, explicou.
Ela também ressaltou que a oportunidade permite ao profissional que está começando na carreira médica a adquirir experiência. “Eu acredito que seja uma boa experiência para realmente ele se tornar um bom clínico com uma visão diferenciada, dentro da epidemiologia, do território e realmente se especializar nas situações mais prevalentes da população”, emendou a Dra. com mais de uma década de experiência em medicina de família e comunidade, com passagens por instituições como o Hospital Albert Einstein e Força Aérea Brasileira (FAB).
Atualmente o programa conta com 4 residentes da segunda turma e 3 residentes da primeira turma. O residente é um profissional em aprendizagem prática e teórica, que realiza 60 horas semanais, sendo que 80% de prática e 20% teórico. Ao final do curso o residente tem como pré-requisito para conclusão o desenvolvimento de projeto aplicado em benefício da comunidade. A orientação é feita por médico na condição de preceptor, com vasta experiência e que fica 40 horas na unidade de saúde à disposição do residente, além do supervisor e dos professores.
Saúde em Guarujá
Com uma população atual estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2021) em 324,9 mil habitantes, Guarujá possui ampla rede municipal de saúde, com 80% da população atendida pelo SUS. Além do SUS, essa parceria conta com a Unoeste que tem o peso de ser a 2ª melhor universidade particular do estado de São Paulo, pelo último Índice Geral de Cursos do Ministério da Educação (IGC/MEC). A supervisora pedagógica e administrativa do Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade, Ângela Cafasso dos Reis Neto, que também é integrante da Comissão de Residência Médica (Coreme) do município, ressalta a parceria com a universidade para o sucesso, a relevância e a contribuição do programa para Guarujá.
“A residência é uma importante ação da integração ensino, serviço e comunidade. Nós temos o apoio da Unoeste nas questões pedagógicas, acesso aos laboratórios, biblioteca, estrutura da universidade e assim a gente desenvolve em conjunto a residência. Essa integração é feita nas unidades de saúde da família que também recebem os alunos da graduação. Isso é um estímulo à aprendizagem por vários motivos: um deles, por estarem em diferentes momentos de formação da medicina, são estimulados num ambiente que proporciona a aprendizagem da formação de um modo mais prático e perto da população”, considera.
Outro aspecto que a Prefeitura de Guarujá considera importante é que esse ambiente oportunizado pelo programa estimula a construção de uma unidade escola. “Assim a gente consegue fazer com que diversos aspectos, desde a estrutura física, fluxo de trabalho e acolhimento, e até que os indicadores de saúde daquela unidade melhorem. Hoje temos residências em medicina da família e comunidade em três Usafas [Unidades de Saúde da Família], sendo elas a do Jardim das Palmas, Jardim Brasil e Vila Rã. Nós estamos com sete residentes hoje nestes locais, sendo três deles R2 e quatro R1. Então nós temos não só a próxima seleção trazendo mais residentes, como também a primeira formação em março de 2023 dos três primeiros residentes médicos de família e comunidade. Isso é muito importante para o município porque eles têm uma formação sólida junto com a faculdade, um vínculo com o município e a proposta de se manterem e continuarem na cidade trabalhando no SUS”, finalizou.
Fique por dentro!
Dentre os requisitos ao candidato à residência estão o de ter formação médica em instituição brasileira credenciada pelo Ministério da Educação ou estrangeira mediante validação do diploma por universidade pública do Brasil; e o de estar com a sua situação regularizada no Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cresmep/SP) ou ser habilitado para atuar profissionalmente em outros estados. A seleção se dará por prova objetiva, de caráter eliminatório e classificatório. Será durante a tarde de 4 de fevereiro com 50 questões sobre clínica geral, cirurgia geral, saúde da mulher, saúde da criança e as políticas públicas de saúde do SUS.
O resultado final será divulgado no dia 8 de fevereiro, com as matrículas de 9 a 16 do mesmo mês e o início da residência em 1º de março do ano que vem. A bolsa federal é de R$ 4.106,90, concedida por 24 meses, com auxílio complementar de R$ 5.669,57 pelo Coapes para atingir o montante de R$ 9.776,47. Bolsa condicionada à frequência e avaliação periódica. A residência médica, na condição de curso de pós-graduação lato sensu e em regime de treinamento especial, tem uma jornada de trabalho e carga horária de conteúdos teóricos que juntas perfazem as 60 horas por semana.