Os alunos de 1º e 2º anos das escolas municipais de Santos iniciarão o ano letivo de 2023 com uma novidade: a partir de agora, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é o mais novo componente curricular da rede. Todos os estudantes terão acesso ao aprendizado logo nos primeiros anos do ensino fundamental.
A novidade foi anunciada na manhã desta segunda-feira (6), na UME Florestan Fernandes (Embaré), durante a abertura do ano letivo pelo prefeito Rogério Santos. Além dessa novidade, os alunos da educação básica obrigatória terão acesso a tablets e telas interativas.
“Atualmente, na rede municipal, temos 30 alunos surdos e precisamos facilitar a inclusão, com o ensino da língua brasileira de sinais para os alunos ouvintes”, ressaltou o chefe do Executivo.
A ‘Florestan Fernandes’ conta com duas professoras de Libras, Edna Souza Lacerda e Cristina de Santana Joaquim. Segundo Edna, as crianças aprendem de forma dinâmica e rápida. “Auxiliando no processo de comunicação, eles vão passando o que aprenderam para os pais, amigos e quebram barreiras, já que a comunicação com o surdo muitas vezes é complicada”.
Em todas as unidades de Educação que atuam com alunos de 1° e 2° anos (pouco mais de 5 mil alunos), o ensino de Libras será ampliado de forma gradativa para as demais séries nos próximos anos. As aulas serão ministradas por professores concursados e especializados que tomaram posse em janeiro na Prefeitura e já participaram de formação no Centro Darcy Ribeiro (Vila Mathias), entre os dias 23 e 25. 

HISTÓRICO
O processo de implementação do novo componente teve início no começo de 2021, após a publicação do Decreto Municipal 9.161/2020, que regulamentou a Lei Municipal 3.653/2019, e prevê a inclusão da Libras no currículo das instituições públicas e privadas de ensino. Foram realizadas reuniões com diversos setores da sociedade para a elaboração do currículo, que passou pela validação da Congregação Santista dos Surdos.
No ano passado, a Prefeitura realizou concurso público para Professor Adjunto II – Libras. Além disso, a matriz curricular com a inserção do novo componente foi apresentada para o Conselho Municipal de Educação e homologada pela Seduc.
A nova área de conhecimento vai ser mais uma aliada ao processo de inclusão da pessoa surda. O trabalho realizado pelos intérpretes de Libras continuará normalmente. Atualmente a rede municipal conta com 14 intérpretes e atende 30 alunos surdos. Além disso, alguns núcleos e escolas de educação integral também desenvolvem oficinas da língua.
Para a secretária de Educação, Cristina Barletta, o ensino de Libras é uma inovação no caminho da inclusão no Município. “Quem escolhe a educação como missão sabe da responsabilidade que temos, da inspiração que somos para os nossos alunos. Estamos felizes em anunciar que temos novos profissionais, principalmente em um marco histórico, iniciando este novo componente curricular, que irá colaborar com a comunicação entre as pessoas, não apenas no ambiente escolar. Que possamos trabalhar em conjunto, contribuindo para a formação de cidadãos conscientes”.