Guardas municipais de Praia Grande (SP) têm passado mal, nos últimos dias de
forte calor, por falta de aparelhos de ar-condicionado nas viaturas ‘Jeep
Renegade’.
Na segunda-feira (7), o presidente do sindicato dos servidores públicos,
Adriano Roberto Lopes da Silva ‘Pixoxó’, visitou duas equipes no
pronto-socorro do bairro Quietude e no hospital Irmã Dulce.
O sindicalista gravou dois vídeos no Facebook, de enorme repercussão,
sugerindo a exoneração do secretário municipal de segurança, José Américo
Franco Peixoto.
Adriano ‘Pixoxó’ diz que partiu dele, coronel da reserva da polícia militar,
“a ordem absurda de desligar os aparelhos de ar-condicionado das viaturas”.
O sindicalista diz que a temperatura de 47 graus nas cabines, aliada ao
forte cheiro de diesel, têm causado ânsia de vômito e alterações de pressão
arterial no guardas.
“O sindicato tomará as providências jurídicas cabíveis se algo grave ocorrer
com algum guarda por causa dessa condição de trabalho”, adianta o
sindicalista.
‘A tropa não
o suporta mais’
Nos vídeos, o sindicalista pede ao prefeito Alberto Mourão (PSDB) que
determine ao comandante da guarda a imediata revogação da medida. E sugere a
exoneração de Américo Peixoto.
“Seu tempo na guarda já passou”, diz Adriano num dos vídeos. “A tropa não o
suporta mais. Por que o senhor não fica por 12 horas numa viatura dessas? Ou
pelo menos desligue o ar-condicionado de sua sala”.
“Vai descansar, coronel. Curtir sua aposentadoria, cuidar dos netos. Para
que juntar dinheiro, com o salário de R$ 23 mil? Para se aborrecer e comprar
remédios?”, pergunta o sindicalista na rede social.
“Deixe o comando da guarda para quem gosta dela”, sugere Adriano ao
secretário. “O senhor já passou dos limites. Não pode brincar desse jeito
com vidas humanas”.
O presidente do sindicato reclama também das condições de trabalho impostas
pelo coronel aos guardas nos calçadões das praias, por oito horas, sem água
e gabinete sanitário.
Adriano diz ter provas de que uma guarda municipal feminina chegou a urinar
na calça da farda por ser impedida de ir ao banheiro em seu plantão.
Transporte
próprio ou a pé
Em 31 de dezembro, segundo ele, sem transporte da prefeitura, os guardas
foram ao trabalho com seus carros ou a pé, enquanto ônibus da secretaria de
educação foram disponibilizados para a polícia militar.
“Não temos nada contra os policiais militares. Achamos apenas que os guardas
municipais devem ter as mesmas condições de trabalho”, pondera o
sindicalista.
A guarda municipal tem cerca de 320 componentes, com salários entre R$ 2.300
e R$ 3.500. E utiliza 20 veículos ‘Renegade’, com dois guardas por plantão.
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09/01/2019 11H18