Das telonas,
para a vida real

Por Zoel Garcia Siqueira
Artigo liberado para publicação

Aproveitando que será em 24 de fevereiro a 91ª cerimônia do Oscar, premiando
os melhores filmes, atores, atrizes e outros profissionais da sétima arte,
falarei sobre o representante do Brasil em 2011.
Como filme estrangeiro, ele não ganhou nada da academia de artes e ciências
cinematográficas (Ampas) de Hollywood, Estados Unidos. Mas é até hoje o
terceiro filme de maior audiência nos cinemas brasileiros.
Estou falando de ‘Tropa de elite 2’, dirigido por José Padilha e estrelado
por Wagner Moura. É a continuação de outro grande sucesso, ‘Tropa de elite’.
Neste segundo, o inimigo é outro, diferente do primeiro. Ele trata do
envolvimento da classe política com as milícias, organizações criminosas
formadas em comunidades urbanas de baixa renda.
Esses grupos se mantêm através da extorsão popular e da exploração
clandestina de gás, televisão a cabo, caça-níqueis, agiotagem, grilagem de
terras e outras práticas abomináveis.
São formados em sua maioria por policiais, bombeiros, vigilantes, agentes
penitenciários e militares, fora do serviço ou na ativa. Muitos moram nas
comunidades, têm respaldo político e até governamental.
Saindo das grandes telas e vindo para a realidade, o ministério público
fluminense prendeu, em 22 de janeiro, vários suspeitos de integrarem as
milícias.
São militares e ex-militares ligados a políticos, entre eles o filho do
presidente da república. A justiça apura a participação desse grupo no
assassinato da ex-vereadora carioca Marielle Franco e de seu motorista.
Já no início da década, o filme apontava a relação entre políticos e o crime
organizado na capital daquele estado. E hoje essa ficção mostra-se
realidade. Um grande crime. 
Triste ver um estado, que já foi a capital federal, vencido pela corrupção e
pela bandidagem, que geram a falência total do lindo Rio de Janeiro.

Zoel é professor, formado em sociologia e diretor financeiro e presidente
eleito do Sindserv (sindicato dos servidores municipais) Guarujá

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