Manhã de sábado, Morro do Jabaquara. Após madrugada de chuvas, a munícipe Maria Raimunda Santos Costa, 49 anos, aciona a Defesa Civil pelo telefone 199. Um deslizamento de solo próximo à sua casa, na Rua José Fernandes Cruz, a faz ser tomada pela preocupação. Imediatamente, técnicos da Defesa Civil se dirigem até o local para vistoria. Constatam que não há risco iminente, mas oferecem à família abrigo temporário da Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds) e preparam relatório sobre a área a ser encaminhado para a Subprefeitura dos Morros visando a recuperação do trecho afetado.

Trata-se de um dos trabalhos do órgão na perspectiva da prevenção, realizado de domingo a domingo para evitar ou minimizar consequências de eventos desastrosos, previsíveis ou imprevisíveis. Só no último dia 4, quando a chuva que atingiu a Cidade registrou acumulado de 235,9 mm em apenas 9 horas, foram mais de 70 chamados pelo 199 (ligação gratuita). As solicitações constantes, segundo a Defesa Civil, são comuns no verão, período no qual as chuvas tendem a ser mais intensas e frequentes.  

“É um órgão que a gente precisa e já acionei várias vezes. Eles se prontificam rápido e são muito prestativos”, disse Maria Raimunda, desempregada, que, junto com o marido e os filhos de 9 e 15 anos, já saiu do abrigo e está na casa de familiares até a situação se normalizar. De acordo com a Defesa Civil, ao ser acionada, a equipe avalia, em primeiro lugar, a segurança do morador. “Depois, analisamos a possibilidade de diminuir o risco. Se não houver, é necessária a remoção da família”, diz o geólogo Victor Arroyo da Silva do Valle, da Defesa Civil, ressaltando que o monitoramento da encosta dos morros é permanente pelas equipes do Plano Preventivo de Defesa Civil (PPDC).

Nesse atendimento de auxílio a fim de evitar riscos, geólogos e engenheiros do órgão também orientam os munícipes para cuidados preventivos. "Devem descartar corretamente seus resíduos, evitar neste período chuvoso o corte de taludes e obras junto à encosta, evitar a remoção da vegetação natural e o lançamento de águas pluviais, servidas e entulho junto à encosta. Se necessário, também recomendamos ao morador colocar calhas para direcionar o caminho das águas da chuva”, explica o geólogo.

É o que faz o morador Marcos Silva Santos, 24, marido de Maria Raimunda. “Vou colocar uma calha na frente da casa para fazer o desvio da água. Essas orientações da Defesa Civil são importantes, pois eles estão ajudando a evitar uma tragédia, livrando uma família de perder a sua casa”.

 

Em alerta – De acordo com o órgão, o índice pluviométrico de fevereiro já chega a 501,5 mm, ultrapassando a média histórica do mês nos últimos 25 anos, que é de 279,4 mm. Embora os morros permaneçam em estado de atenção, é preciso cautela, afirma o coordenador da Defesa Civil, Daniel Onias. “O solo está úmido, por isso é importante continuar monitorando. Estamos com a atenção redobrada e é importante a população também estar atenta”. 

Os primeiros sinais de perigo são: trincas no terreno, degraus de abatimento ou rachaduras no solo; trincas novas nos pisos, nas paredes das casas ou muros estufados; inclinação de árvores, postes, cercas ou muros. E, ainda, valas e surgimento de águas mais barrentas que o normal; estalos ou aumento das trincas em blocos ou paredões rochosos. Caso observe alguns destes sinais, a pessoa deve sair imediatamente do local, ligar para a Defesa Civil no 199 e procurar um voluntário de sua comunidade (Nudec). Além do 199, quem precisar de socorro deve acionar o Corpo de Bombeiros pelo 193 e a Polícia Militar, no 190. Outras informações: 3208-1000.

 

 

Medidas preventivas para evitar deslizamentos:

 

- Evitar a obstrução do sistema de drenagem;

 

- Descartar corretamente os resíduos e não jogar entulho junto à encosta;

 

- Evitar o corte de taludes e obras junto à encosta neste período chuvoso;

 

- Evitar a remoção da vegetação natural;

 

- Evitar o lançamento de águas pluviais e de águas servidas (como água de pia e de máquina de lavar);

 

- Se necessário, colocar calhas no telhado das residências para direcionar o caminho das chuvas para o sistema de drenagem;

 

- Comunicar a Defesa Civil sobre qualquer vazamento nas redes de água e esgoto.

 

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