"Pode ser que depois de 35 anos não doa tanto, mas a saudade é eterna", lembra o pastor Vitor Roberto
Em uma cerimônia carregada de muita emoção, os moradores da Vila São José acompanharam na noite desta segunda-feira (25) um Ato Ecumênico para lembrar ("jamais esquecer") o incêndio que há 35 anos atingiu a então Vila Socó, destruindo totalmente o bairro, causando 93 mortes e mais de 3 mil desabrigados, de acordo com os números oficiais.
Momentos antes do Ato Ecumênico, realizado na UME Mato Grosso, na Vila São José, o prefeito Ademário Oliveira, acompanhado de vereadores, secretários e populares, depositou uma coroa de flores no monumento dedicado às vitimas, que recebeu nova placa alusiva à data.
A manifestação religiosa, "para consolar familiares e amigos que, mesmo após tanto tempo, ainda sentem a ausência dos que partiram", ressaltou o pastor Vitor Roberto, da Igreja Assembleia de Deus, resumiu o sentimento de todos: "Pode ser que depois de 35 anos não doa tanto, mas a saudade é eterna".
O coordenador da Capela São José, Joel Leal, da Igreja São Francisco de Assis, lembrou a importância de se fortalecer a espiritualidade e dirigiu palavras de conforto aos presentes confessando estar muito triste: "Essas lembranças nos dão muita tristeza, mas é preciso para que a comunidade nunca esqueça".
O prefeito Ademário Oliveira, acompanhado do vereador Laelson Batista Santos, o Lalá, e dos secretários Renata Almeida (chefe de gabinete), Vanessa Toledo (Cultura) e Fabiano Caldeira (Comunicação), lembrou a força que a tragédia ainda tem de comover e emocionar pessoas, passados tantos anos. "Não podemos esquecer, temos que lembrar sempre esta que foi uma das maiores tragédias já registradas no mundo. Portanto, finalizou, este Ato Ecumênico é de grande importância para que a gente fortaleça nossa memória e renda, sempre, homenagens aos bombeiros que foram verdadeiros heróis naquela noite trágica de 24 de fevereiro de 1984".
"Lembrar sempre para que não se repita", bradou o presidente da Associação de Melhoramentos da Vila São José, Edilson Selvino Irmão, acompanhado de Dinei Souza, presidente da Associação de Esporte, Lazer e Cultura da Vila São José. Representando a corporação do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar do Estado de São Paulo, durante toda a cerimônia os cabos Alves e Dionísio e o soldado Assis permaneceram perfilados em sinal de respeito.
A tragédia - Os números oficiais de vítimas são contestados até hoje. O incêndio foi provocado pelo vazamento de milhares de litros de gasolina de um duto da Petrobras que passava sob as palafitas da favela onde moravam mais de 6 mil pessoas.
CUBATÃO
27/02/2019 16H00