(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira que o governador da Bahia, Rui Costa (PT), vetou a presença da Polícia Militar na inauguração do aeroporto de Vitória da Conquista, após o chefe do Executivo estadual ter decidido não comparecer ao evento que terá a presença de Bolsonaro.
“Lamentável a decisão do governador da Bahia que não autorizou a presença da Polícia Militar para a nossa segurança. Pior ainda, passou a responsabilidade de tal negativa ao seu Comandante-Geral”, disse Bolsonaro no Twitter antes da inauguração.
Em resposta à declaração de Bolsonaro, o governador disse que a afirmação do presidente é um “factóide”, uma vez que a presença de policiais militares não seria necessária por se tratar de um evento de acesso restrito e com a atuação de homens das Forças Armadas na segurança.
“Isso é retórica do presidente para chamar a atenção. Ele não vai pisar os pés na rua, para que ele quer a PM lá dentro? Está cheio de pessoas do Exército lá dentro, da Força Aérea. Mesmo dentro da sala, ele tem receio de quê?”, disse o governador em entrevista por telefone à rádio BandNews, de acordo com vídeo divulgado em sua conta no Instagram.
“Não entendo essa reivindicação dele pela PM. A PM só teria contato lá com a população que tentasse chegar ao aeroporto, mas está bloqueada essa passagem pelo Exército”, acrescentou.
Na segunda-feira, o governador da Bahia anunciou que não iria comparecer à inauguração do aeroporto de Vitória da Conquista e acusou Bolsonaro de ter agredido e ofendido o povo baiano. Costa afirmou que o Palácio do Planalto passou a controlar o evento e restringir a entrada da população. [nL2N24N19G]
A visita de Bolsonaro à Bahia ocorre na esteira de uma crise criada pela fala do presidente em uma conversa com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, antes de iniciar um café com jornalistas estrangeiros, na sexta-feira passada.
Sem ver que o microfone estava captando a conversa, Bolsonaro disse: “Daqueles governadores de ‘paraíba’, o pior é o do Maranhão; tem que ter nada com esse cara.”
Depois, em entrevistas, Bolsonaro negou que tivesse chamado os nordestinos de “paraíbas”, uma forma pejorativa de se referir às pessoas da região. Primeiro, pelo Twitter, afirmou que apenas havia dito “daqueles governadores”. Depois, em entrevista, garantiu que estava criticando os governadores do Maranhão e da Paraíba.
Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro