O governador da Bahia, Rui Costa (PT), anunciou hoje (22) que não participará da inauguração do novo Aeroporto de Vitória da Conquista (BA), que terá a presença do presidente da República Jair Bolsonaro (PSL), nesta terça-feira (23). O petista alega que o evento foi transformado em “uma convenção político-partidária” a favor do presidente. Mas também atua politicamente para desgastar a imagem de Bolsonaro junto aos nordestinos, após o presidente tratar governadores nordestinos pelo termo pejorativo “paraíba”, ao sugerir que seu governo “não tem que ter nada” com o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).
No vídeo publicado nas redes sociais Rui Costa afirmou não poder concordar que o governo de Bolsonaro “exclua o povo da inauguração”, fazendo um evento restrito a poucas pessoas escolhidas a dedo, referindo-se à iniciativa do cerimonial da Presidência da República de restringir a 70 pessoas os convidados do governador, no universo de 300 convidados para o evento. Números que foram ampliados para 100 e 600, respectivamente.
Depois de investir na retórica de exaltação da resistência e do trabalhador nordestino, Rui Costa disse ter convidado o presidente Bolsonaro para uma grande festa.
Jogo político“Infelizmente, confundiram a boa educação com covardia, e desde então, temos presenciado agressões ao povo do Nordeste e ao povo da Bahia. A medida anunciada é excluir o povo da inauguração, fazer uma inauguração restrita a poucas pessoas, escolhidas a dedo como se fosse uma convenção político-partidária. Não posso concordar com isso. Por isso, não vou comparecer à inauguração do aeroporto que o povo da Bahia construiu, que o Governo do Estado construiu”, disse o governador baiano.
A desistência acontece depois de o governador baiano reivindicar para si, seus aliados e os baianos que trabalharam na obra a paternidade do novo aeroporto, com obra executada em parceria com o governo estadual, com mais de 70% de recursos federais liberados à época dos governos da ex-presidente cassada Dilma Rousseff (PT), de Michel Temer (MDB); do ex-governador Jaques Wagner (PT); e com a contribuição do agora senador Otto Alencar (PSD-BA), que foi secretário estadual de Infraestrutura, para a conclusão da obra.
O Aeroporto custou mais de R$ 105,8 milhões, sendo R$ 74,6 milhões do governo federal e R$ 31,2 milhões do Estado da Bahia. “Trata-se da maior obra da aviação regional do Brasil. E o governo federal deu continuidade a esse trabalho, mostrando que a infraestrutura para nós é uma questão de Estado. É resultado de um esforço coletivo, o que faz com que esse equipamento importante seja entregue agora à sociedade baiana”, destaca o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.
O governo federal não comenta as declarações de Rui Costa.