Por NHK* Tóquio
Autoridades japonesas enfrentam as consequências do Tufão Hagibis, que deixou pelo menos 74 mortos. Equipes de resgate ainda tentam localizar desaparecidos, enquanto equipes de emergência procuram distribuir alimentos para pessoas que enfrentam dificuldades.
Na província de Miyagi, moradores isolados por causa do desastre enviaram mensagens pedindo às autoridades que enviem ajuda.
Equipes de resgate utilizaram helicópteros para chegar a áreas isoladas devido às enchentes.
O tufão provocou ventos fortes e chuvas torrenciais, causando o rompimento de 79 diques em rios em todo o país.
A NHK apurou que mais de 13 mil residências ficaram submersas e que mais de 1,1 mil foram destruídas ou danificadas.
Cerca de 11 mil casas em nove províncias ainda estão sem luz. Mais de 110 mil lares em 13 províncias encontram-se sem água. Não se sabe quanto tempo levará até que os serviços sejam restaurados.
Os serviços de trem-bala da linha Hokuriku continuam parcialmente interrompidos. Segundo a operadora da linha, serão necessárias cerca de duas semanas, no mínimo, para que as operações sejam completamente retomadas.
Em resposta, algumas companhias aéreas japonesas estão aumentando o número de voos e empregando aeronaves maiores.
Um sistema de pressão baixa deve gerar fortes chuvas, na sexta-feira (18) e no sábado, no leste e no norte do Japão. Isso tem causado preocupações em áreas atingidas pelo desastre, onde o solo está mole. Segundo as autoridades, mesmo uma quantidade pequena de chuva é capaz de desencadear novo desastre.
Abrigos temporários
Até a manhã de hoje, 4.444 pessoas permaneciam em abrigos temporários em 13 províncias do Japão, informou o Escritório do Gabinete.
A província de Fukushima, na Região Nordeste, tem o maior número de flagelados, com 1.769 pessoas em 52 abrigos. Em seguida, vem a província de Nagano, a noroeste de Tóquio, com 922, enquanto a província de Miyagi, ao norte de Fukushima, tem 775.
Parlamento
As medidas tomadas pelo governo japonês para enfrentar o tufão Hagibis dominaram as discussões dessa terça-feira (15) no Parlamento nacional.
Políticos de oposição questionaram o modo como o governo respondeu à calamidade. Indagaram, por exemplo, por que resíduos radioativos deixados pelo desastre nuclear de 2011 não foram protegidos adequadamente.
Diversos bolsões com resíduos produzidos pelos esforços de descontaminação acabaram entrando nas águas de um rio da província de Fukushima.
O ministro do Meio Ambiente, Shinjiro Koizumi, citou informações prestadas por autoridades locais, segundo as quais dez bolsões foram levados do seu local de armazenamento pela inundação. Uma investigação apura se um número maior de recipientes teria sido afetado.
“Fui informado de que os bolsões já recolhidos não sofreram danos, não havendo impacto sobre o meio ambiente”, disse ele.
*Emissora pública de televisão do Japão